A paixão e a emoção criam um vínculo que vai muito além das 4 linhas. Acompanhar futebol, sobretudo do seu time do coração, passa a ser um evento inegociável para muitos, que envolve não só assistir ao jogo, mas também em um perfil de consumo que movimenta a cidade, gera empregos e renda.
Os estádios, os bares e os restaurantes estão cada vez mais cheios e os times cariocas ganhando destaque. Segundo dados divulgados pela Prefeitura do Rio, levantados pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Econômico (SMDUE), os jogos disputados pelos quatro principais clubes da cidade movimentaram R$ 3,96 bilhões na economia do Rio de Janeiro no ano passado. Dividindo esse valor por jogo, estima-se que a movimentação total do futebol carioca foi de R$ 14,6 milhões por partida.
Os números fazem parte do estudo “Economia do Futebol Carioca”.
Os quase R$ 4 bilhões são a soma do impacto dos jogos no Rio, tanto dos torcedores que vão aos estádios, quanto os torcedores que não vão nos estádios, mas assistem aos jogos em bares, restaurantes e locais públicos, o impacto dos jogos fora do Rio, com os torcedores assistindo aos jogos também em estabelecimentos comerciais e a receita dos quatro grandes clubes do Rio (Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo).
O futebol tem o poder de reunir as pessoas, seja nos estádios ou fora deles, no entorno. Essa paixão que mobiliza os cariocas também coloca a economia da cidade no centro do campo. “O VAR” confirma que os números fazem do futebol uma fonte de diversão, mas também de desenvolvimento econômico e social. Fiquei ainda mais feliz, já que o resultado mostrou que o meu time foi o que mais contribuiu -, avalia o rubro-negro Chicão Bulhões, secretário municipal de Desenvolvimento Urbano e Econômico do Rio.
Os 76 jogos do Flamengo em 2023 movimentou a economia em cerca de R$ 2 bilhões, uma média de R$ 26,5 milhões por jogo. O Fluminense, que ficou em segundo colocado, movimentou a economia em R$ 860 milhões, uma média de R$ 12 milhões por jogo. Enquanto o Vasco e o Botafogo movimentaram R$ 543,2 milhões (R$ 10,2 milhões por jogo) e R$ 536,6 milhões (R$ 7,6 milhões por jogo) respectivamente.
O estudo considerou, em dias de jogos na cidade, não apenas frequentadores dos estádios, mas também os que assistem às partidas em bares, restaurantes, locais abertos como praças e “baixos”, que ficam lotados para os torcedores assistirem aos seus times do coração. Então, ao juntar os amigos e a torcida para acompanhar as partidas bebendo e “beliscando”, o carioca injetou mais R$ 580,2 milhões na economia do Rio. Dessa forma, o impacto total dos torcedores, nos jogos “em casa”, seja dos torcedores que vão aos estádios e os que assistem nos bares, foi de R$ 1,2 bilhão.
Nos 146 jogos fora de casa disputados pelos quatro clubes, os torcedores apaixonados espalhados por restaurantes e bares da cidade movimentaram mais R$ 748,5 milhões na economia. Ou seja, pela “súmula do estudo” os torcedores causaram impacto econômico total de R$ 1,9 bilhão nos 272 jogos disputados pelos quatro grandes clubes cariocas em 2023.
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Resumo do estudo Economia do Futebol Carioca:
- Receita dos 4 grandes: R$ 2,3 bi
Flamengo: R$ 1,325 bi
Fluminense: R$ 450 milhões
Vasco: R$ 314 milhões
Botafogo: R$ 250 milhões
- Jogos no Rio: 126
Fluminense: 36
Flamengo: 33
Botafogo: 31
Vasco: 26
- Público total: 4,533 milhões (média de 37,2 mil)
Flamengo: 1,818 milhão (40,1%) – média de 55,1 mil por jogo
Fluminense: 1,375 milhão (30,3%) – média de 38,2 mil por jogo
Botafogo: 759 mil (16,7%) – média de 26,4 mil por jogo
Vasco: 581 mil (12,8%) – média de 24,5 mil por jogo
- Arrecadação com ingressos: R$ 294,6 milhões
Flamengo: R$ 135,6 milhões (46%)
Fluminense: R$ 96,7 milhões (32,8%)
Botafogo: R$ 31,8 milhões (10,8%)
Vasco: R$ 30,4 milhões (10,3%)
- Gastos no entorno e nos estádios: R$ 290,1 milhões (R$ 64 por pessoa)
Flamengo: R$ 116,4 milhões
Fluminense: R$ 88 milhões
Botafogo: R$ 48,5 milhões
Vasco: R$ 37,2 milhões
- Gastos na cidade de quem não foi pro jogo: R$ 580,2 milhões (média de R$ 4,8 milhões por jogo)
Flamengo: R$ 232,7 milhões
Fluminense: R$ 176 milhões
Botafogo: R$ 97,1 milhões
Vasco: R$ 74,3 milhões
- Impacto total jogos “Em Casa”: R$ 1,166 bi (média de R$ 9,5 milhões por jogo)
Flamengo: R$ 484,7 milhões (R$ 14,7 milhões por jogo)
Fluminense: R$ 350,7 milhões (R$ 10 milhões por jogo)
Botafogo: R$ 177,5 milhões (R$ 6,5 milhões por jogo)
Vasco: R$ 143,3 milhões (R$ 5,7 milhões por jogo)
- Jogos fora do Rio: 146
Flamengo: 43
Botafogo: 40
Fluminense: 36
Vasco: 27
- Gastos na cidade (bares, restaurantes): R$ 748,5 milhões (R$ 5 milhões por jogo)
Flamengo: R$ 341,2 milhões (R$ 7,9 milhões por jogo)
Fluminense: R$ 148,5 milhões (R$ 4,1 milhões por jogo)
Botafogo: R$ 141 milhões (R$ 3,8 milhões por jogo)
Vasco: R$ 117,8 milhões (R$ 3,5 milhões por jogo)
- Total de jogos: 272
Flamengo: 76 (27,9%)
Fluminense: 72 (26,5%)
Botafogo: 71 (26,1%)
Vasco: 53 (19,5%)
- Impacto “Em Casa” + “Fora de Casa”: R$ 1,9 bi (R$ 7 milhões por jogo)
Flamengo: R$ 825,9 milhões (R$ 10,9 milhões por jogo)
Fluminense: R$ 509,2 milhões (R$ 7,1 milhões por jogo)
Botafogo: R$ 318,4 milhões (R$ 4,9 milhões por jogo)
Vasco: R$ 259,7 milhões (R$ 4,5 milhões por jogo)
- Impacto total: R$ 3,96 bi
Flamengo: R$ 2,015 bi (R$ 26,5 milhões por jogo)
Fluminense: R$ 862,6 milhões (R$ 12 milhões por jogo)
Vasco: R$ 543,2 milhões (R$ 10,2 milhões por jogo)
Botafogo: R$ 536,6 milhões (R$ 7,6 milhões por jogo)
*Arrecadação com ingressos foi descontada do impacto total porque já está dentro das receitas dos clubes.